quinta-feira, 31 de março de 2011

AINDA SOBRE ENERGIA NUCLEAR.

Mais um articulado sobre o tema energia nuclear. Colhido do INOVARE.


Energia Nuclear: do anátema ao diálogo Transparência no diálogo A discussão sobre a expansão do parque nuclear do Brasil está cercada por controvérsias. Mas, de acordo com o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA- USP), José Eli da Veiga, pelo menos uma certeza surge quando se analisam os argumentos antagônicos sobre a questão: o planejamento energético brasileiro precisa ser mais democrático. Veiga, que é coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (Nesa) e orienta o Programa de Pós-Graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP, organizou o livro Energia Nuclear: do anátema ao diálogo, lançado na semana passada em São Paulo, com um debate sobre o tema na FEA-USP. De acordo com Veiga, não há dúvida de que a produção brasileira de energia elétrica, predominantemente hidrelétrica, precisará em breve de uma complementação de base térmica. O livro reúne artigos de especialistas favoráveis e contrários à adoção da energia nuclear para suprir essa necessidade. “Não creio que estejamos em condição de dizer que nos aproximamos de um consenso, mas o diálogo existe, como fica claro no livro. Por outro lado, temos que avançar muito nessa discussão. Trata-se de um problema muito sério, especialmente neste momento em que o Brasil está prestes a construir uma quarta usina nuclear, no rio São Francisco”, disse. Segundo ele, a alternativa nuclear deve ser debatida, embora envolva riscos. “Se não assumíssemos riscos, hoje não estaríamos voando, ou mesmo andando de trem”, comparou. Nem mesmo a ameaça recente de um acidente nuclear no Japão, após terremoto e tsunami que atingiram a região norte do país, deverá ser suficiente para que outros países renunciem à energia nuclear, afirma. “No entanto, o acidente tem uma série de implicações. Uma delas, muito importante, é aumentar o interesse da sociedade pelo assunto, o que poderá pressionar o governo por uma maior transparência nessas decisões. A principal conclusão que eu tiro da minha experiência pessoal como organizador do livro é que, no Brasil, o planejamento energético não é transparente, nem é democrático”, disse Veiga. Para o professor, o diálogo entre os especialistas já existe e o conhecimento sobre os prós e contras da energia nuclear está bastante avançado. Mas esse conhecimento ainda não é utilizado de forma imparcial e transparente. “Não falta conhecimento científico e tecnológico para discutir o planejamento energético. Mas a discussão é feita por grupos e os planos são discutidos em reuniões nas quais são os lobistas que comparecem preparados para fazer uma boa argumentação. Depois disso, os planos se tornam elementos de pressão sobre o governo nas suas alternativas de investimento”, disse. De acordo com Veiga, as decisões em torno do planejamento energético não são coerentes com a estrutura democrática do país. “Estamos em um século no qual teremos que deixar de lado, progressivamente, fontes fósseis como petróleo, carvão e gás. Não é possível que um país seja democrático se uma questão tão séria para o futuro da humanidade não for discutida com transparência”, afirmou. Uma das vias para superar esse problema, segundo ele, é que a discussão passasse pelo Congresso Nacional. “O Congresso discute temas muito menos importantes. Não seria preciso legislar sobre o assunto, mas não entendo que não passe pelo Congresso uma discussão sobre a construção de uma quarta usina nuclear”, disse. De acordo com Veiga, o livro não foi feito com o objetivo de produzir um consenso, mas sim de esclarecer a controvérsia. “Certamente, os leitores tirarão alguma conclusão, mas talvez não as mesmas, porque o livro não tem a pretensão de produzir um consenso artificial. A tarefa dele é alertar sobre a necessidade de participação democrática e, especialmente, investir contra a desinformação”, afirmou. Veiga explica que uma de suas motivações ao conceber a obra foi perceber que havia uma extrema desinformação sobre a questão nuclear. Segundo ele, muitas vezes na pós-graduação os estudantes não sabiam a diferença entre fusão e fissão nuclear, por exemplo. “O livro começa explicando os conceitos – o que é energia nuclear e como ela surgiu, por exemplo. Depois há dois capítulos mais técnicos – e fundamentais –, um a favor e outro contra a adoção da energia nuclear como solução para a complementação energética”, explicou. Apenas complemento No livro, Leonam dos Santos Guimarães, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e assistente da presidência da Eletronuclear, é um dos especialistas que argumentam a favor da alternativa nuclear. Durante o debate na FEA-USP, ele apontou que o vazamento de material radioativo na usina nuclear de Fukushima, no Japão, não será suficiente para frear a expansão das usinas. “O problema afetou gravemente um dos quatro reatores da usina de Fukushima. Outras três usinas da região, no entanto, resistiram ao terremoto e ao tsunami de 10 metros e – até pelas características de segurança que essas usinas exigem – estão entre as únicas estruturas industriais que resistiram ao desastre”, disse Guimarães. Segundo Guimarães, a energia nuclear pode ser uma boa alternativa para atender à demanda de energia e possibilitar o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, sem comprometer o meio ambiente. De acordo com ele, em um grupo de países que inclui a maior parte da população mundial, observa-se uma correlação direta entre o IDH e o consumo de energia elétrica per capita. “Uma das alternativas para aumentar esses índices é o investimento na energia produzida pelo urânio. Cerca de 73% dos recursos naturais de urânio estão em seis países, sendo que o Brasil tem quase 6% dele. A Austrália é atualmente a maior reserva, mas o Brasil só prospectou até agora um terço do território e estima-se que, no futuro, o país possa ser o primeiro ou segundo maior detentor das reservas mundiais”, disse. De acordo com Guimarães, apenas o Brasil, a Rússia e os Estados Unidos têm à sua disposição, simultaneamente, os recursos naturais e a tecnologia para explorar a energia nuclear – o que torna o Brasil privilegiado no contexto da expansão nuclear. “Hoje, há 45 usinas sendo construídas em 14 países, além de outras 46 em planejamento. Mas a maior parte delas está na China, na Rússia e na Índia. Nossa expansão é modesta diante desses países, o que é ótimo, porque a energia hidrelétrica – limpa, renovável e barata – continuará a ser a base de geração da energia elétrica no país. A energia nuclear, no entanto, será importante para a complementação necessária”, afirmou. O Plano Nacional de Energia para 2030, segundo Guimarães, prevê que haverá necessidade de expansão adicional de 100 mil megawatts, sendo 4 mil megawatts em energia nuclear, 4,7 mil megawatts em biomassa, 3,3 mil megawatts em energia eólica, 3,5 mil megawatts em carvão e 57,3 mil megawatts em energia hidrelétrica. “Esses números mostram que o Brasil não está elegendo a alternativa nuclear para dominar sua matriz energética. As outras matrizes todas têm previsão de expansão da mesma magnitude. A energia nuclear, no entanto, será fundamental para a complementação”, disse. Premissas equivocadas O físico José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), foi um dos especialistas responsáveis pelo capítulo contrário à adoção da alternativa nuclear. De acordo com ele, a posição de que é indispensável aumentar o parque nuclear se baseia em hipóteses questionáveis. “Tenho várias ressalvas à programação do Plano Nacional de Energia. Os planejadores da área pensam a partir de uma correlação entre o consumo de energia por habitante em função da renda. Com os gráficos que eles apresentam, temos a impressão de que há uma relação linear entre o consumo de energia elétrica e o crescimento do PIB. Essa premissa está completamente equivocada”, afirmou. Segundo Goldemberg, a hipótese dos planejadores da área energética é de que um crescimento anual de 6% do PIB faria praticamente triplicar o consumo de energia elétrica até 2030. “A argumentação dos planejadores se baseia nessa suposta linearidade entre crescimento do PIB e do consumo de energia. Mas sabemos que essa correlação não é linear. Enquanto argumentam a favor da energia nuclear para atingir esse suposto crescimento de demanda, a questão da eficiência energética – menina dos olhos dos países desenvolvidos – aparece como um fator de segunda ordem no planejamento energético”, afirmou. Segundo Goldemberg, como a energia era no passado um fator de produção pouco importante, por ser barata, não havia encorajamento para que a indústria tornasse os processos mais eficientes. “Conforme a energia foi encarecendo, a preocupação com a eficiência aumentou. Isso se refletiu até mesmo no projeto dos automóveis. Nos Estados Unidos e na Europa, não se pode mais fazer equipamentos como geladeiras que não respeitem um desempenho energético mínimo”, disse. Goldemberg afirma que é evidente a necessidade de inserir um componente térmico complementar na matriz energética, já que há variações nos reservatórios que geram a energia hidrelétrica. O físico, no entanto, acredita que essa complementação poderia ser feita com alternativas como biomassa e gás. “Isso não significa que a energia nuclear deva ser abandonada, mas a expansão das usinas é muito questionável. O planejamento brasileiro se baseia em hipóteses simplistas. Além da possibilidade de investir mais em eficiência energética, em centrais de bioeletricidade, também é possível alcançar a complementação energética com os inúmeros projetos de hidrelétricas médias de 500 megawatts previstos até 2019”, afirmou. As hidrelétricas médias, segundo ele, não têm um impacto ambiental tão violento. “Há grande polêmica em torno de usinas como a de Belo Monte, mas isso ocorre porque se trata de um megaprojeto, com megaconsequências como um desmatamento de 500 quilômetros quadrados. Por outro lado, com ou sem a usina, a devastação anual na Amazônia é de 5 mil quilômetros quadrados”, disse. Além de Guimarães e Goldemberg, o livro reune também artigos de João Roberto Loureiro de Mattos, diretor do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), e Oswaldo dos Santos Lucon, assessor técnico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, pesquisador do IEE-USP e autor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Fonte: Fábio de Castro / Agência FAPESP

ENERGIA NUCLEAR EM FOCO.

Considerando o interesse que o assunto energia nuclear tem despertado após o desastre do Japão, trazemos aos Visitantes de nosso BLOG um artigo específico puclicado no BLOG INOVARE, artigo produzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. UFRJ - Energia Nuclear - Muitos cuidados, bons resultados Polêmica desde sua descoberta, a radiação, particularmente na figura da usina nuclear, divide opiniões ao redor do mundo. Com sua grande capacidade de liberar energia, é defendida pela classe científica em sua maioria. Mas como tudo tem um preço, a radiação, altamente danosa ao nosso organismo, é duramente criticada e vista como um risco desnecessário. Para falar mais sobre este polêmico assunto, seus prós e contras, o Olhar Vital, entrevistou Antônio Carlos Marques Alvim, especialista na área de análise de segurança nuclear e professor do departamento de Energia Nuclear do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). Segundo o professor, a área de energia nuclear é pioneira quando o assunto é segurança. Os avanços tecnológicos produzidos pela indústria nuclear são utilizados amplamente. “Se você olhar toda essa parte de gestão de risco, inclusive instalações petroquímicas, químicas, qualquer instalação de processo, muitas destas ferramentas vieram da indústria nuclear”, salienta. Os reatores das usinas nucleares já estão em uma quarta geração, ou seja, as usinas com reatores de quarta e até terceira gerações são as mais modernas e com ínfimas possibilidades de acidentes por falha. Alvim esclarece que “existe possibilidade de acidente, as usinas são projetadas para suportar certos acidentes”, m,as apesar de altamente seguras, elas estão a mercê de catástrofes que possam acontecer no local de sua implantação. “O Japão contava com uma proteção contra abalos sísmicos de nível 7 na escala Richter, o que aconteceu lá foi de intensidade 9”. Em outras palavras, catástrofes de intensidade maior do que a prevista podem acarretar danos e até a possibilidade do vazamento de material radioativo. Vantagens A energia nuclear é limpa, sua emissão de carbono é praticamente nula e ela não causa impactos ambientais durante o funcionamento. Outro fator importante é o pouco espaço ocupado e a falta de necessidade de fatores específicos para sua instalação, fazendo com que haja economia com cabos transmissão, e evita as perdas de energia sofridas pelos mesmos. Apesar de todas essas vantagens, o custo de implantação e manutenção de uma usina nuclear de geração 3 ou 4 ainda é muito alto. Esse alto investimento, porém, segundo Antônio Carlos, é um bom investimento, já que as novas gerações de reatores mais seguros e econômicos conferem bom custo para a tarifa de energia. Além disso, a matéria-prima da energia nuclear, o urânio, é facilmente encontrada na natureza, sendo o Brasil a sexta maior reserva de urânio do mundo e pode suprir as necessidades energéticas do país facilmente por cerca de um século, enquanto petróleo e gás natural tendem a durar somente mais 50 anos em média. Cuidados Mas, como tudo na vida, a energia nuclear tem sua fraqueza. As sobras da fissão de urânio, que gera o calor para produzir o vapor de água, gerando a energia, são altamente radioativas e têm que ser armazenadas, já que ainda não há maneira de devolvê-las à natureza sem causar danos ao ambiente e aos seres vivos ou ao menos descartá-las. “Esses rejeitos são o que eu chamo de ‘calcanhar de Aquiles’ da energia nuclear, da aplicação para geração, eles são ponto fraco”, admite o professor. Segundo o professor Alvim, existem duas linhas principais de pesquisa para resolver o problema, a principal é a que visa à transmutação, que consiste em transformar os rejeitos da fissão do urânio em elementos de meia vida menor, ou seja, fazer com que ele demore menos tempo para perder naturalmente sua radioatividade. Essa promissora pesquisa já conseguiu grandes avanços, já que nos testes foi transmutar o urânio, cuja meia vida é bilhões de anos, para elementos com 300 anos de meia vida, uma diminuição aguda. “Existe um conceito quando se fala em rejeitos, que você não deve deixar uma carga para as gerações futuras, você não pode consumir a energia hoje e deixar um pesadelo de gerenciamento do rejeito que você gerou”, explica. Muitas pessoas se perguntam por que o Brasil precisaria da energia nuclear, já que tem características naturais que permitem grande produção de energia hidrelétrica, cujo dano ao meio ambiente é pequeno. De acordo com Antônio Carlos, o Brasil necessita da energia nuclear para se desenvolver porque confere um grau maior de confiabilidade, já que não dependem do nível de água do rio para funcionar em toda sua capacidade. Outro argumento utilizado pelos que são contra a energia nuclear é o possível uso de materiais radioativos para fins bélicos, especialmente para fins terroristas. Esse é um problema complicado, já que existe uma agência internacional que regulamenta o uso dessa energia, a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, em inglês). Porém, segundo o professor Alvim, a IAEA somente pode estabelecer regras para o uso da energia nuclear, mas não interferir nas ações tomadas por países que queiram desenvolver um programa nuclear, seja para fins bélicos ou energéticos. “A soberania do país é mais importante”, lembra. Para concluir, o professor afirma que “as usinas nucleares vêm evoluindo e que um cenário como o de Chernobyl vem se tornando cada vez mais improvável. Mesmo assim, é um meio de geração de energia muito delicado, que lida com materiais altamente danosos e necessita de muitos cuidados, logo necessita muito dinheiro. Também há o problema dos rejeitos, que está sendo incansavelmente combatido mundialmente por cientistas da área, inclusive com a ajuda de pesquisadores da Coppe/UFRJ, e tem a tendência de melhorar cada vez mais”. Fonte: Olhar Vital- UFRJ

segunda-feira, 28 de março de 2011

Conheça o relatório do Workshop “Manejo Sustentado da Caatinga – pesquisa e políticas públicas”


A Associação Plantas do Nordeste – APNE e o Jardim Real Botânico do Kew, em colaboração com o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, realizaram no período de 15 a 16 de março de 2011, no hotel São Cristóvão em Serra Talhada-PE, o Workshop “Manejo Sustentado da Caatinga – pesquisa e políticas públicas”.

O evento apresentou as ações e resultados obtidos no âmbito do projeto de pesquisa implementado na região visando o uso e manejo sustentável da caatinga com pequenos produtores. Durante o evento, foi programada uma visita de campo à área experimental na Estação Experimental do IPA em Serra Talhada. O Presidente da EMA, Alípio Carvalho Filho participou do evento, representando também o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga - CERBCAA/PE.

Leia acima o Relatório deste WORKSHOP.

sábado, 26 de março de 2011

Quilombo trabalha com manejo sustentável do Caroá.




O Caroá , uma espécie de bromélia, faz parte do Programa Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga. A rede de empreendimentos incentiva o consumo saudável e sustentável da agricultura local.


(Fonte: Programa Ação)

domingo, 20 de março de 2011

NOTÍCIAS.

Manejo da Caatinga é alternativa para produção de lenha e carvão


A EMA (Ecologia e Meio Ambiente), representada por seu Presidente, Alipio Carvalho Filho, participou, nos dias 15 e 16 do mês corrente, do WORKSHOP MANEJO SUSTENTADO DA CAATINGA: PESQUISAS E POLÍTICAS PÚBLICAS, realizado no Hotel São Cristóvão, na cidade de Serra Talhada-PE.

O Evento foi uma realização da APNE - Associação Plantas do Nordes, em parceria com o Royal Botanic Gardens, Kew, da Inglaterra, contando, ainda, com o apoio do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA e da Clothworkers Foundation, UK .

Um destaque para a palestra sobre dendrocronologia, especialidade científica que estuda a idade das plantas através dos aneis de seu caule.

A esposição foi feita pela Engenheira Agrônoma, Doutora em Engenharia Florestal, Patrícia Póvoa de Mattos, do IBAMA Curitiba-PR.
De Serra Talhada o Presidente da EMA seguiu para a cidade de Tabira-PE, no dia 16, onde participou da Oficina VALORIZAÇÃO DO BIOMA CAATINGA, realizado pelo Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga de Pernambuco - CERBCAAPE, naquela Cidade.

A Oficina VALORIZAÇÃO DO BIOMA CAATINGA foi a primeira de uma série de oficinas a serem realizados na Região do Pajeú, abrangendo 17 cidades, tabalho destinado a preparar a implantação do primeiro Subcomitê do CERBCAAPE no interior do Estado.

sexta-feira, 18 de março de 2011

AINDA SOBRE A PROVÁVEL USINA NUCLEAR EM PERNAMBUCO.



EXEMPLO PARA O MUNDO

Por Heitor Scalambrini Costa (hscosta@ufpe.br).
Professor Associado da Universidade Federal de Pernambuco.

Quando se pensa em acidentes nucleares, logo vêm à mente as tragédias mais recentes de Three Mile Island, ocorrida na Pensilvânia – Estados Unidos em 1979, e de Chernobyl, na Ucrânia em 1986. Nos dois casos, os acidentes foram causados por falhas que provocaram um superaquecimento no reator, e vazamento de material radioativo para a atmosfera.

Agora estamos acompanhando um desastre nuclear provocado pelo terremoto de 9 graus de magnitude que atingiu o Japão em 11 de março, provocando um tsunami que devastou inúmeras províncias costeiras.

A central nuclear atingida de Fukushima Daiichi, situada a 250 km a nordeste de Tóquio, é composta por seis reatores BWR (Boiling Water Reactor) que geram conjuntamente 4.696 MW elétricos. O combustível dos reatores é o MOX (novo combustível composto de urânio e de plutônio) bem mais reativo que os combustíveis padrões. O plutônio, que não existe em estado natural, é veneno químico extremamente violento, e é para o Japão sua maior fonte de energia, resultante do reprocessamento dos resíduos nucleares produzidos pelas usinas existentes em seu território.

Segundo a Tokio Electric Power Company (TEPCO), empresa de energia responsável pela usina nuclear de Fukushima, três dos seis reatores da central nuclear estavam ativos no momento do terremoto. Os outros três, estavam fechados para manutenção. O reator 1 teve seu sistema de resfriamento danificado o que provocou aumento considerável da temperatura no núcleo do reator, e assim como já admitido pelos órgãos de segurança nuclear japonês, ocorreu o derretimento do reator, liberando material altamente tóxico para a atmosfera. Os reatores 2 e 3 também estão apresentando problemas em seus sistemas de resfriamento, e também podem se fundir, aumentando de maneira catastrófica o desastre nuclear ocorrido.

Convenhamos que a explosão em uma usina nuclear, vista praticamente em tempo real por todo mundo, não é algo que possa ocorrer. E mais do que isso, após o desastre, os responsáveis dizerem que não sabem os motivos. O fato de não ter explicações para uma explosão ocorrida em uma usina sob sua responsabilidade demonstra que a empresa perdeu o controle da situação. Devemos lembrar que a empresa TEPCO, que está no centro da crise nuclear, tem um passado de escândalos e uma trajetória cheia de tropeços em sua atuação nuclear.

As lições que devemos retirar deste lamentável e trágico episódio é que mesmo com os avanços tecnológicos no setor da segurança, os perigos ainda existem. Aqueles defensores das usinas nucleares que chegaram a afirmar que o risco é zero ou praticamente inexiste a possibilidade de ocorrências de falhas, e conseqüentemente desastres nas usinas, devem calçar as “sandálias da humildade”. Devem admitir que não podemos permitir quaisquer riscos ligado com as usinas nucleares, simplesmente pela grande catástrofe, econômica, ambiental e social que possíveis acidentes, ocorrendo, podem legar a toda humanidade.

Daí é preciso repetir que o Brasil/Nordeste não precisa de usinas nucleares. Os recursos naturais e renováveis disponíveis como Sol, vento, água, biomassa são suficientes para atender nossa demanda energética.

O CERBCAA/PE REALIZA NO PAJEÚ A PRIMEIRA OFICINA DO PROJETO DE VALORIZAÇÃO DO BIOMA CAATINGA.



A Prefeitura de Tabira por intermédio da Secretaria de Juventude e Meio Ambiente em parceria com o COMITÊ ESTADUAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA CAATINGA DE PERNAMBUCO-CERBCAA-PE, realizou nos dias 16 e 17 de março de 2011, no Pólo de Educação a Distância de Tabira,três oficinas muito importante sobre o Bioma Caatinga. Foram convidados 20 participantes representando diversas entidades, com especialidade para o setor da educação e dos grupos organizados. As palestras nas oficinas ficaram a cargo do Mestre em Política de Gestão Ambiental, Elcio Alves de Barros e Silva (IPA), Coordenador do CERBCAA/PE, que discorreu sobre A questão Ambiental, A Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente, o Sistema de Licenciamento Ambiental, A legislação Ambiental, As constituições do Brasil e dos Estados, Avaliação dos Impactos Ambientais, Objetivos do EIA, Áreas de Aplicação e Audiências Públicas. A Doutora em Botânica Rita de Cássia Araújo Pereira (IPA) discorreu sobre o tema “A Flora da Caatinga” trazendo muitas informações importantes sobre a realidade das nossas plantas nativas e exóticas. A terceira palestrante foi a Doutora em Psicobiologia da UAST\URFPE, Ednilza Cavalcanti, que “fechou com chave de ouro” estas oficinas mostrando as diversas espécies de peixes, anfíbios, aves e mamíferos que são desta rica região do Brasil. No final das oficinas foram escolhidos os representantes de Tabira que irão participar dos encontros que ocorrerão em 17 municípios do Pajeú para a criação do I Subcomitê da Caatinga de Pernambuco. São eles: Sandro Ferreira - Secretário de Juventude e Meio Ambiente, Daniela Melo - Professora, Jeorge Marques Ferreira - Apicutor, Diogo Alexandre - Agricultura Familiar. Suplentes: Aleide Vasconcelos - Técnica do IPA e Marcelo Rodrigues - Servidor Público e Presidente da Associação do Sítio Pocinhos dos Nunes. Os vinte participantes serão multiplicadores dessa oficina. O Vice Prefeito Joel Mariano visitou o evento representando o Governo em nome do Prefeito Dinca levando o apoio às oficinas. NO NOVO TEMPO É ASSIM:“CONHECER PARA DEFENDER” É A PALAVRA CHAVE SOBRE O NOSSO BIOMA CAATINGA. O Coordenador das próximas Oficinas do Projeto de Valorização do Bioma Caatinga será Alípio Carvalho Filho, da ONG EMA.
(Fonte: Assessoria de Imprensa - Prefeitura Municipal de Tabira)

ÁGUA PARA AS CIDADES É TEMA DO DIA MUNDIAL DA ÁGUA 211.

A metade da humanidade vive em cidades e, dentro de duas décadas, quase 60% da população mundial - 5 bilhões de pessoas - viverão em zonas urbanas. O crescimento urbano é mais rápido no mundo em desenvolvimento, onde as cidades ganham em média 5 milhões de habitantes a cada mês. Este crescimento explosivo da população urbana impõe desafios sem precedentes entre os quais, a falta de suprimento de água e serviços de esgotamento sanitário são os mais prementes e lesivos.
A relação entre a água e as cidades é crucial. As cidades requerem um enorme suprimento de água doce e, ao mesmo tempo, causam um grande impacto sobre a água doce.
• As cidades não podem considerar-se sustentáveis se não garantem um acesso seguro à água potável e um esgotamento sanitário adequado.Todos esses fatos formam a base para que o tema do Dia Mundial da Água 2011 seja a Água e as Cidades.
O objetivo do Dia Mundial da Água 2011 (DMA 2011) é centrar a atenção internacional sobre o impacto do rápido crescimento da população urbana, a industrialização e a incerteza causada pelas mudanças climáticas, os conflitos e os desastres naturais sobre os sistemas urbanos de abastecimento de água.Esta é a primeira vez na história da humanidade que a maioria da população mundial vive em cidades: 3,3 bilhões de pessoas… e a paisagem urbana segue crescendo sendo que 38% do crescimento têm sua origem na expansão dos bairros de favelas.
A população urbana está aumentando mais rapidamente do que a capacidade de adaptação de sua infraestrutura.O tema deste ano, Água para as cidades: respondendo ao desafio urbano, tem por objetivo destacar e incentivar aos governos, às organizações, às comunidades e às pessoas a participarem ativamente para responder ao desafio da gestão da água urbana.
• A metade da humanidade vive hoje em cidades e a cada segundo a população urbana aumenta em duas pessoas. Na África e Ásia, a população urbana se duplicará entre 2000 e 2030. No total são mais de 141 milhões de habitantes urbanos sem acesso à água potável.
Um de cada quatro residentes das cidades, 794 milhões no total, vive sem acesso a instalações melhoradas de esgotamento sanitário. A situação nestas zonas urbanas conduz a enfermidades relacionadas com a água como a diarréia, o paludismo e as epidemias de cólera.
• O progresso do acesso à água e ao esgotamento sanitário das últimas décadas foi insuficiente por causa do rápido crescimento da população urbana.

Onde a situação é mais urgente?
A urbanização é mais rápida nos países em desenvolvimento, onde as cidades recebem em média 5 milhões de novos habitantes a cada mês.
A situação se torna mais alarmante nos subúrbios, que alojam a mais de 828 milhões de cidadãos.
Estas pessoas não têm acesso à água potável nem a serviços de esgotamento sanitário e a condição precária de suas casas as torna vulneráveis aos desastres relacionados com a água e o meio ambiente como as inundações ou os deslizamentos de terras.
Quem é mais afetado?
• Os pobres das cidades são os mais afetados já que em sua maioria não estão conectados à rede urbana de abastecimento de água e dependem de vendedores de água privados o que torna a água muito cara.- Exemplo: em Accra, (Gana) os pobres das cidades pagam até 12 vezes mais por um litro de água do que seus vizinhos mais ricos em outras partes da cidade.
• A realidade do esgotamento sanitário de muitos pobres das cidades. Os pobres não têm acesso, ou este é limitado, a serviços de esgotamento sanitário (sejam latrinas públicas ou privadas). A realidade diária de muitos dos habitantes de assentamentos informais é defecar em uma bolsa, sofrer o mau odor das águas fecais na rua e verter os desperdícios no seu próprio quintal.
Quando virão as mudanças?

• Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, formulados no ano 2000, fazem um apelo para:
- Uma melhoria significativa na vida de ao menos 100 milhões de habitantes favelas até o ano 2020.
- Uma redução à metade da proporção da população sem acesso sustentável à água potável e a esgotamento sanitário básico para 2015.
• Ao ritmo atual de progresso, a meta em matéria de água potável será alcançada somente em 2015.
• Entretanto, ao ritmo atual de progresso, o mundo não logrará a meta em matéria de esgotamento sanitário. As zonas urbanas, mesmo que muitas vezes tenham melhores serviços do que as zonas rurais, estão lutando para responder ao crescimento da população urbana.
• Tampouco as melhorias nos bairros de favelas conseguem seguir o ritmo de crescimento da população urbana. Ainda que a proporção da população urbana que vive em favelas em países em desenvolvimento tenha diminuído de 39% em 2000 para 33% em 2010, o número absoluto de habitantes destes locais no mundo em desenvolvimento aumenta em 6 milhões a cada ano.
Fonte: http://www.aguaonline.com.br/materias.php?id=3239&cid=1&edicao=499 em 15/03/2011.

quinta-feira, 17 de março de 2011

USINA NUCLEAR ESCOLHIDA PARA ITACURUBA - PERNAMBUCO.

O governo Federal escolheu a cidade de Itacuruba, no sertão do São Francisco, como a primeira opção para a instalação de uma usina nuclear no Nordeste.
O Blog de Jamildo (http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/) teve acesso ao documento com exclusividade e revela os detalhes. De acordo com o documento oficial, o sítio reúne as melhores condições porque conta com solo estável, oferta de água em abundância e também está localizado nas proximidades das linhas de transmissão da Chesf.
A água é usada para resfriar os sistemas de geração da usina atômica.Datado do dia 19 de janeiro passado, o documento A Rota da Expansão da Energia Nuclear no Nordeste é assinado pelo engenheiro Carlos Henrique Mariz, diretor da Eletronuclear no Nordeste.
Ele trata justamente da implantação da central nuclear do Nordeste. Até então, o que se sabia oficialmente é que o empreendimento federal poderia ser localizado em alguma cidade às margens do Rio São Francisco. O terreno apontado como opção fica às margens do Lago de Itaparica, no sertão. A usina pertence à Chesf, que administra também o reservatório.
O prefeito de Itacuruba, Romero Ledo, está eufórico com a indicação. Caso o investimento seja concretizado, a cidade ficará rica, com obras e investimentos sociais.
A Eletronuclear paga uma fortuna em royalties para os municípios que abrigam empreendimentos da mesma natureza, como compensação ambiental. No entanto, o próprio documento frisa que a decisão será política.
Na fase de construção, a obra pode demandar mais de 2,5 mil empregados, de acordo com o estudo. Para operação, cerca de 600 empregados seriam necessários, ajudando a manter uma alta renda na cidade.
De acordo com o documento, o município foi escolhido depois de passar por uma peneira. Foram estudados 10 sítios primários em quatro estados (Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas). A área candidata ficou entre Pernambuco e a Bahia, entre as cinco opções propostas.
No caso, a Eletronuclear já fez três missões ao sítio Belém de São Francisco. Cerca de 8 quilômetros quadrados de área já estariam reservados para a estatal.A Central do Nordeste, segundo o estudo, teria seis usinas, com capacidade de geração de cerca de 6600 megawatts, com seis reatores e em uma vida útil de 60 anos. Com uma expecativa de lucro de R$ 630 milhões por ano, o projeto poderia pagar-se em até 16 anos.
O empreendimento tem um custo estimado em cerca de R$ 10 bilhões, a serem investidos em um prazo de até oito anos. Pelo estudo da Eletronuclear, a seleção do sítio preferencial teria que se dar neste ano de 2011. O projeto prevê a participação de empresas privadas para o financiamento.
O Blog de Jamildo apurou junto a funcionários da Chesf - o blog tem fontes em todo o universo nuclear - que o governo Dilma pode até mesmo retardar a decisão de investir na opção nuclear, para investir na geração de energia a partir de térmicas convencionais.
A térmica tem a vantagem de ser localizada em qualquer lugar, por não depender de água para resfriamento. Ela também dispensa a proximidade da rede de distribuição porque pode ser instalada bem próximo aos centros consumidores, como Recife e Salvador.Com menos tempo, por exemplo, seria possível ter duas térmicas de 500 megawatts do que uma usina nuclear de mil megawatts.
Baixa densidade populacional Uma usina nuclear geralmente é instalada numa área de baixa densidade populacional, porque devem existir planos de segurança que exigem a retirada de todas as pessoas próximas da planta industrial em caso de emergência. Esta exigência ocorre somente porque é mais fácil desocupar uma área com poucas pessoas do que uma muito populosa.
A fabricação da energia a partir de reatores de energia nuclear é um processo limpo, pois só joga vapor de água na atmosfera. No entanto, o maior problema continua sendo o lixo gerado na fabricação. Ele tem que ser armazenado por muitos anos, em condições seguras, porque é altamente radiativo.
É o Núcleo de Estudos e Articulação sobre o Semiárido (NESA), da Fundação Joaquim Nabuco, divulgando a realidade do Nordeste seco.

REPASSANDO.


O Laboratório de Produtos Naturais (LAPRONAT-UFPE) e o Laboratório de Etnobotânica Aplicada (LEA-UFRPE), com o apoio da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE – www.ufpe.br) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE – www.ufrpe.br), promovem simultaneamente, entre os dias 25 e 27 de maio na Universidade Federal Rural de Pernambuco, campus de Dois Irmãos, a III Jornada Pernambucana de Plantas Medicinais e Fitoterapia (III JOPEFITO) e o IV Encontro Pernambucano de Etnobiologia e Etnoecologia (IV EPEE).
http://www.crfpe.org.br/website2/jopefitoapresentacao.aspx

CATÓLICA VAI SEDIAR LANÇAMENTO DE LIVRO SOBRE DIREITO AMBIENTAL.

Ca• Últimas Notícias
17 de março de 2011
por redação
A Universidade Católica de Pernambuco vai sediar, no dia 31 de março, às 19h, no auditório G1, o lançamento do livro “Direito Ambiental: uma perspectiva ambientalista – homenagem aos 30 anos da Aspan”. O evento, que tem o apoio do Instituto Humanitas Unicap, contará com uma palestra de abertura sobre “Acordos globais, mudanças de clima: desafios para a sociedade no fortalecimento da governança & sustentabilidade”, ministrada pelo Prof. Dr. Rubens Harry Born, coordenador do Instituto Vitae Civilis de São Paulo.
Organizado pelo Pró-reitor Comunitário, Padre Lúcio Flávio Cirne, Maria Augusta Ferreira e Talden Farias, o livro tem como autores Edna Cardoso Dias, Helena Telino Neves, Luciano José Alvarenga, Jarbas Soares Júnior, Luís Paulo Sirvinskas, Jonábio Barbosa dos Santos, Maria Augusta Ferreira, Patryck de Araújo Ayala, Rubens Harry Born e Talden Farias.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Conheça mais sobre o extraordinário BIOMA CAATINGA.


Na medida em que entendemos um pouco do que é a caatinga, nós conseguimos desvendar até mesmo certos mistérios da evolução do nosso planeta.


















Esta semana o Programa Globo Rural contou história do local que conserva tesouros naturais incríveis.


A Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e os Pampas não são só brasileiros, mas há um importante bioma que é só nosso, que não existe nos países vizinhos. É a caatinga, o principal bioma do sertão nordestino.
O Globo Rural percorreu milhares de quilômetros para contar a história desse lugar que conserva tesouros naturais incríveis. Na medida em que entendemos um pouco do que é a caatinga, nós conseguimos desvendar até mesmo certos mistérios da evolução do nosso planeta.Mata branca ou na linguagem dos índios tupis, caatinga. Esse é o único bioma exclusivamente brasileiro. Lugar onde as chuvas são poucas e concentradas em quatro, cinco meses do ano. Durante todo o período seco, as plantas da caatinga ficam praticamente sem folhas. Uma floresta de galhos retorcidos, espinhos, aparentemente pobre em biodiversidade.
Saiba mais

Todo ano, quase três mil hectares de vegetação nativa viram lenha Na Paraíba, agricultores encaram o desafio de produzir e preservar. Agroecologia traz renda e qualidade de vida para assentados. Logo depois das primeiras chuvas, com pouca água, as plantas que pareciam mortas, renascem e a gente consegue enxergar a riqueza e a diversidade de espécies que compõem a caatinga.
Para conhecer melhor esse bioma, o Globo Rural visitou o semiárido nordestino em duas épocas bem distintas: o período seco, entre outubro e novembro de 2010; e a estação das chuvas, no começo de 2011. Quatro estados foram percorridos: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.Na primeira parada, começamos a entender como essa região se formou. Para isso, o programa chegou a Crato, no sul do Ceará.A Chapada do Araripe é uma formação que ocupa parte dos estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba. Há milhões de anos esse lugar guarda um tesouro geológico: uma incomparável quantidade de fósseis, que são restos de animais e vegetais incrustados nas rochas. Para conservá-los, em 2006 foi criado o primeiro Geopark das Américas, dirigido pelo biólogo Álamo Saraiva. “Geopark é um programa da Unesco, que tem como objetivo principal a preservação de áreas de interesse geológico”.Essa história começa há mais de 100 milhões de anos, quando África e América formavam um único continente. A separação aconteceu por causa da movimentação de porções da crosta terrestre, as chamadas placas tectônicas.Na divisão dos territórios, houve um rebaixamento dessa área e grandes lagos se formaram. Mais tarde, houve o suroerguimento, o levantamento desses lagos. O sedimento que estava no fundo aflorou, dando origem à chamada bacia sedimentar do Araripe.

“Como o período era também chamado de aquecimento global esse lado estava secando”, diz o doutor Idalécio Freitas. Ele é geólogo do parque e explica que esse paredão conserva os registros dos períodos de chuva e de seca, dos últimos 110 milhões de anos. “Esse níveis mais escuros que vemos no calcário são relativos ao período mais úmido, com um pouco de matéria orgânica. Os riscos mais claros, períodos mais secos, de pouca chuva”.
As áreas demarcadas pelo parque são os geossítios. Um que fica em Santana do Cariri, no meio de uma área de extração comercial de pedras, as lajotinhas usadas como piso e revestimento que conservam muito mais do que dados climáticos. “Aqui tem exemplo de alguns seres que se encontravam dentro do lago, habitavam o lago ou viviam no entorno dele. A gente encontrava muitos peixes e muitos restos vegetais, mostrando que naquela época, a gente já tinha uma vegetação que ocupava um nicho da caatinga. A maior parte da vegetação era composta pelo grupo dos pinheiros, araucariáceas, vegetação que encontramos no Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul”, disse Álamo Saraiva.
A poucos quilômetros, outro geossítio espetacular. Um lugar onde dentro de toda pedra tem um peixe fossilizado. “Nós estamos na lama do que sobrou do fundo de um lago sobre influência marinha, ou seja, era um ambiente de água salgada. Toda pedra dessa, chamada de concreção, tem um peixe, porque foi ele que fez a formação dessa concreção. Se a gente abrir,dá para ver o olho preservado, a coluna, a espinha do peixe. Uma das características dos fósseis da Bacia do Araripe é manter o sentido tridimensional da peça e o tecido mole preservado, então vemos coluna vertebral e costelas, mas dá para ver estruturas minúsculas de pele, raias na cauda, as nadadeiras, tudo fica preservado”.
Para comprovar o que diz, Doutor Álamo abre mais uma pedra e vemos mais um peixe fossilizado. “Tem um ditado que diz que cada enxadada é uma minhoca. Aqui seria, cada enxadada é um fóssil”.As melhores peças coletadas, estão reunidas no Museu da Universidade Regional do Cariri, localizado em Santana.Em uma sala, uma coleção de troncos fossilizados. Parece madeira, mas é tudo rocha. No acervo de plantas ainda têm pinha pré-histórica, folhas, galhos e os primeiros registros de plantas capazes de produzir frutos.Na coleção de insetos, abelhas, vespas e uma libélula, que de tão bem preservada, virou símbolo do museu. “A gente teve aqui uma explosão de insetos principalmente do grupo das abelhas, marimbondos, e também dos dependentes que têm uma ligação direta das plantas com flores. Eles são polinizadores”.Muitos fósseis são bem parecidos com seus descendentes atuais. Caso dos escorpiões, aranhas, pererecas, tartarugas... E as conchinhas que só aparecem onde já teve água salgada.Uma cena surpreendente: um peixão que morreu entalado tentando engolir outro e acabou fossilizado. “De uma maneira geral, entre micro e macro fósseis, já conseguimos descrever perto de 500 espécies. Muita coisa ainda tem para ser descoberta e muito mistério ainda vai ser desvendado”, finalizou Álamo.

(Fonte: Globo Rural)

domingo, 13 de março de 2011

E V E N T O S.

A Associação Plantas do Nordeste – APNE e o Jardim Real Botânico do Kew, em colaboração com o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA estarão realizando, nos dias 15 e 16 deste mês, na cidade de Serra Talhada-PE, um WORKSHOP sobre “Manejo Sustentado da Caatinga: pesquisa e políticas públicas”.
Mesmo com atraso, publicamos abaixo o Convite que nos foi endereçado pela APNE:

CONVITE
A Associação Plantas do Nordeste – APNE e o Jardim Real Botânico do Kew, em colaboração com o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, têm a satisfação de convidar esta instituição a participar do Workshop “Manejo Sustentado da Caatinga – pesquisa e políticas públicas”.
O evento será realizado no período de 15 a 16 de março de 2011 no hotel São Cristóvão em Serra Talhada-PE.
O evento apresentará as ações e resultados obtidos no âmbito do projeto de pesquisa implementado na região visando o uso e manejo sustentável da caatinga com pequenos produtores, uma visita de campo à área experimental na Estação
Experimental do IPA em Serra Talhada.
A programação do evento é apresentada em anexo.
Pretende-se, ainda, discutir no evento, os principais gargalos e estratégias para promoção das técnicas de uso sustentável da caatinga e a inserção dos resultados em políticas públicas.
A fim de operacionalizar o evento, a organização providenciará transporte (Recife – Serra Talhada – Recife) (ou reembolso de combustível ou passagem de ônibus), hospedagem e alimentação para 1 representante de cada instituição.
A fim de poder garantir uma boa organização solicitamos a confirmação de participação até o dia 25 de fevereiro de 2011.
Informação adicional pode ser obtido com Frans Pareyn, José Luiz ou Danilo Gomes pelo telefone (81) 3271-4256 ou via e-mail pne@netpe.com.br.
Atenciosamente.
Frans Pareyn
Diretor Técnico-administrativo
APNE

WORKSHOP
Manejo Sustentado da Caatinga – pesquisa e políticas públicas
PROGRAMAÇÃO
Day Time Subject.
15.03
08:00 – 08:30 Apresentação dos participantes e da programação. Objetivo do evento e resultados esperados.
08:30 – 09:00 O Projeto Madeiras.
09:00 – 12:30 Visita de campo à área experimental na Estação Experimental do IPA.
12:30 – 14:00 Almoço.
14:00 – 14:30 Introdução.
14:30 – 15:00 Manejo sustentável de species nativas da Caatinga Os resultados do Projeto Madeiras.
Parte 1. Crescimento de biomassa.
15:00 – 15:30 Manejo sustentável de species nativas da Caatinga Os resultados do Projeto Madeiras.
Parte 2. Qualidade da madeira.
15:30 – 16:00 Lanche.
16:00 – 16:30 Manejo sustentável de espécies nativas da Caatinga. Os resultados do Projeto Madeiras.
Parte 3. Dendrochronologia.
16:30 – 17:00 Visão e opinião de produtores familiares com respeito ao manejo florestal da caatinga.
17:00 – 17:30 Introdução ás atividades do dia seguinte .
16.03
07:30 – 9:30 Trabalho em grupos: Comunicando técnicas de manejo sustentável.
09:30 – 10:00 Lanche.
10:00 – 11:00 Apresentações dos grupos.
11:00 - 12:00 Plenária.
12:00 – 13:30 Almoço.
13:30 – 14:30 Trabalho em grupos: a integração do manejo sustentável em políticas e normas.
14:30 – 15:30 Apresentações e plenária.
16:00 – 16:30 Avaliação do Workshop.
16:30 – 17:00 Encerramento e lance final.

sexta-feira, 11 de março de 2011

CONGRESSO INTERNACIONAL DE MUDANÇA CLIMÁTICA.

Informamos aos Visitantes do BLOGDAEMA e demais internautas interessados a realização do
"Congreso Internacional Cambio Climático
Como enfrentar el Calentamiento Global
Del 18 al 20 de Mayo de 2011, tendrá lugar el Congreso Internacional de Cambio Climático, que pretende debatir sobre política climática y responsabilidad ambiental, huella climática de países y regiones, el estado actual y perspectivas de las negociaciones sobre un nuevo régimen climático, cambios actuales y futuros en eventos climáticos extremos, ciclones tropicales, sequías, lluvias extremas e inundaciones, temperaturas extremas y olas de calor, métodos y herramientas para el desarrollo de escenarios climáticos y socioeconómicos, prioridades y límites a la adaptación al cambio climático, políticas efectivas de adaptación y fuentes de financiamiento, instrumentos para diseñar políticas y evaluar estrategias de adaptación, introducción de la problemática del cambio climático en la formación académica, emisiones y remociones de gases de invernadero, estrategias de mitigación, prioridades en la transferencia de tecnología, captura y almacenamiento de carbono.
Para cualquier información favor comunicarse con Enlaces Asociados firma especializada en la realización de congresos y eventos académicos al: (6) 333 3130 / (6) 335 1161 Calle 19 No. 8-34 Oficina 804 Pereira - Colombia E-mail: enlaces@enlacesasociados.com / logistica@enlacesasociados.com

www.enlacesasociados.com

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vamos conhecer as peculiaridades da nossa Caatinga. Bioma genuinamente brasileiro.




Na região moram mais ou menos 25 milhões de pessoas. Guardar água da chuva é um dos segredos para a sobrevivência.

(Fonte:G1.com.br) - Programa Ação.

quarta-feira, 9 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER



Com o artigo abaixo a EMA presta homenagem ao Dia Internacional da Mulher.



“Mulheres e soluções”

seg, 09/03/09
por André Trigueiro


Segue uma pequena lista – que de tão pequena, pode ser considerada absolutamente injusta com o expressivo número de mulheres que fazem a diferença em favor da sustentabilidade – concebida no Dia Internacional da Mulher. Nossa intenção é homenagear lideranças globais que se destacaram como defensoras corajosas e intransigentes da vida e da ética:

- Rachel Carson:

Bióloga marinha, autora do livro “Primavera Silenciosa”, obra que teria marcado, na opinião de alguns historiadores, o início do movimento ambientalista. O livro denunciou em 1962 as mazelas do DDT, pesticida que vinha sendo pulverizado em doses maciças nas lavouras americanas, provocando grandes impactos sobre o meio ambiente. “Primavera Silenciosa” recebeu este nome pelo desaparecimento das aves migratórias envenenadas com DDT. Com clareza e objetividade, Rachel conseguiu denunciar um problema que incomodou o poderoso lobby da indústria química americana. Apesar das campanhas de difamação organizadas contra ela, Rachel resistiu e foi apoiada por movimentos sociais que se articularam em defesa do banimento do DDT e de medidas regulatórias para o uso de pesticidas.

- Gros Brundtland:

Considerada uma das três mulheres mais influentes do século passado, Gro Brundtland foi primeira-ministra da Noruega e presidente da organização Mundial da Saúde (OMS). Em 1987, foi designada pela ONU para chefiar a comissão que pautou a maior conferência das Nações Unidas até então, a Conferência Internacional da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. A comissão “Brundtland” conseguiu difundir mundialmente a expressão “Desenvolvimento Sustentável” no relatório “Nosso Futuro Comum”, que serviu de base para a Rio 92.

- Wangari Maathai:

Primeira ambientalista a conquistar o Prêmio Nobel da Paz, em 2004. Sua singular trajetória pessoal, com proeminente vida acadêmica e formação em universidades americanas, incomodou o marido, que sentiu-se humilhado em uma sociedade machista e pediu a separação. Criadora do movimento Cinturão Verde (Green Belt Movement), promoveu o plantio de milhões de mudas de árvore no Quênia e países vizinhos, onde a demanda por lenha para a produção de energia reduziu drasticamente a área de florestas. Apenas no Quênia, a cobertura verde original foi reduzida a apenas 4%. O movimento recrutou mulheres para o plantio e contou com o apoio da comunidade internacional. A reconfiguração das matas permitiu o retorno dos bichos, a recarga dos aquíferos e melhores condições de vida para milhões de pessoas que deixaram de migrar para as cidades à procura de melhores condições de vida.

- Hazel Henderson:

Economista autodidata, criadora do Mercado Ético (Ethical Market), Hazel Henderson tornou-se uma das mais importantes pensadoras da atualidade, com trabalhos que sugerem a adoção de novos indicadores da economia, novas fórmulas para medir o PIB dos países, uma nova visão empresarial, um novo modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável.

- Vandana Shiva:

Prêmio Nobel alternativo, feminista, ambientalista, Vandana Shiva notabilizou-se pela luta em favor da biodiversidade e dos alimentos orgânicos. Criou na Índia uma organização que, entre outras atividades, recolhe diferentes tipos de sementes para proteção biogenética e uso gratuito pelas comunidades tradicionais. Vem denunciando o uso indiscriminado de pesticidas proibidos no hemisfério norte em países pobres, e o lobby dos transgênicos que impede a correta analisa de seus efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente.

- Marina Silva:

Ex-líder seringueira, companheira de Chico Mendes, Marina Silva emergiu como liderança política do Acre para brilhar como senadora da República e ministra do Meio Ambiente. Reconhecida internacionalmente como legítima representante dos povos da floresta, Marina consagrou suas ações no Executivo e no Legislativo em favor das chamadas medidas estruturantes para um modelo de gestão sustentável dos recursos.

terça-feira, 8 de março de 2011

BRASILEIROS USAM 150 BILHÕES DE SACOLAS PLÁSTICAS POR ANO.



Um levantamento inédito revelou que menos de 20% dos brasileiros levam sacolas retornáveis aos supermercados. É um dos percentuais mais baixos da América Latina.

Elas estão sempre ao nosso lado. São muito mais numerosas do que a gente e vivem muito mais tempo do que nós. Uma pesquisa feita em 200 mil domicílios de 11 países da América Latina mostra que, enquanto 77% dos bolivianos usam sacola retornável, entre os brasileiros, apenas 19% levam ao supermercado a própria sacola.

“Vou levar tudo isso de saquinho. Eu acho interessante porque eu acabo, quando eu chego em casa eu uso eles novamente, coloco lixo, essas coisas”, conta.

A pior coisa é ter em casa várias lixeirinhas, cada uma com uma sacolinha plástica que depois vão todas para outra sacola plástica maior. O melhor que se use, em vez de plástico, papel: jornal, por exemplo. É só você dobrar, fazer uma espécie de dobradura, e pode usar uma folha, duas folhas ou qualquer outro tipo de papel. É difícil, mas a gente precisa aprender a viver longe das nossas queridas sacolinhas plásticas.

Uma única sacolinha pode parecer inocente, mas o que dizer dos 150 bilhões de sacos plásticos que se usam no Brasil a cada ano? E das 100 milhões de toneladas de plástico que formam, em pleno Oceano Pacífico, uma ilha de plástico?

“O saco plástico, embora ele não seja degradável, ele é fragmentado durante o tempo. E esses pequenos fragmentos são comidos, por exemplo, pelas bactérias. Quem come as bactérias vai estar comendo plástico e o outro também até que nós estamos comendo plástico hoje. Não há dúvida nenhuma que nós estamos comendo plástico processado por bactérias, processado pelos peixes, processado por animais que estão em contato com o plástico já fragmentado”, explica Hélio Mattar, especialista do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. (Fonte: G1)

quarta-feira, 2 de março de 2011

CURSO DE ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA CAATINGA.

Aos Internautas Estudantes e Visitantes do BLOGDAEMA informamos a realização do Curso de Ecologia e Conservação da Caatinga. O Curso será uma realização da Universidade Federal de Pernambuco, em conjunto com a Universidade Federal do Vale do São Francisco e Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste - CEPAN.
Essa informação nos foi prestada por Juliana Ribeiro de Albuquerque, Licenciada em Ciências Biológicas: http://lattes.cnpq.br/5602151211440325


" Curso de Ecologia e Conservação da Caatinga
2011

Universidade Federal de Pernambuco
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste

Recife

Janeiro de 2011

Introdução

A Caatinga, localizada na região semi-árida nordestina é o único ecossistema exclusivamente contido no território brasileiro, sendo a formação vegetacional predominante em oito dos nove estados da região nordeste do Brasil. Por volta de 8% (826.000 km²) do território brasileiro é coberto de Caatingas. É nesse território, um dos primeiros a serem colonizados no Brasil, que hoje vivem cerca de 30 milhões de brasileiros, a maioria na zona rural, fazendo uso de toda gama de recursos naturais que a Caatinga pode oferecer (p.ex: lenha, madeira, água, plantas e animais silvestres). De modo geral, toda a base econômica da região semi-árida do Brasil esteve no passado e ainda está em certo modo, baseada na exploração de recursos naturais e na conversão de hábitat em pastagens e zonas de cultivo.

A diversidade biológica da Caatinga é talvez a menos conhecida entre todos os biomas brasileiros. O mito de uma floresta seca, pouco diversa e com baixo endemismo tem-se demonstrado exatamente isso, um mito. Dados recentes mostram que a caatinga possui mais de 1000 espécies de plantas vasculares dos quais 1/3 é endêmica. A Caatinga possui mais de 350 espécies de aves e quase 150 de mamíferos, muitos endêmicos. Esses valores de riqueza e endemismo estão bem acima da média para outras florestas secas ao redor do mundo, colocando a Caatinga numa situação especial se comparada com outros ecossistemas similares. Ainda restam cerca de 45% da vegetação original da Caatinga, mas o desmatamento não está estancado e na verdade tende a continuar devido às obras de infraestrutura que estão sendo implementadas na região.

É nesse cenário de alteração iminente desse bioma que a região nordeste do Brasil tem um grande desafio pela frente: desenvolver-se sem deteriorar seu capital natural e os serviços ambientais dos quais dependem mais de 30 milhões de brasileiros. A formação de biólogos da conservação e gestores de recursos naturais são um dos principais gargalos para que o desenvolvimento dessa região possa dar-se sem atropelos ao meio ambiente. A deficiência institucional na caatinga tem sido atacada com a criação de novas universidades e a geração de tecnologia em centros de excelência, porém os dados ainda são preocupantes. No triênio 2007-2009 a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) ligada ao Ministério da Educação constatou que o nordeste tem o menor número de programas de pós–graduação em Ecologia e Meio-Ambiente, com as menores qualificações, e com as produções acadêmicas mais baixas do Brasil. Esse é o sintoma de uma deficiência institucional que precisa ser atacada de forma direta e enfática.

O curso de campo

Os cursos de campo em ecologia e conservação são uma ferramenta adotada há muitos anos por todo o mundo por ser reconhecidamente a melhor maneira de formar ecólogos, biólogos da conservação e gestores de recursos naturais in loco. Alguns dos mais reconhecidos são oferecidos pela Organização para Estudos Tropicais – OTS, na Costa Rica e Peru (http://www.ots.ac.cr/ ). Esses cursos consistem no treinamento intensivo de alunos em conceitos e ferramentas de ecologia e conservação da biodiversidade. No Brasil, alguns desses cursos já estão consolidados e existem há quase 20 anos como o de Ecologia da Floresta Amazônica ( http://pdbff.inpa.gov.br/treina1p.htm) oferecido pelo Instituo Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA. Outros, como o de Ecologia do Pantanal. já tem mais de 10 anos de ser oferecido ininterruptamente (http://www.dbi.ufms.br/ecopan/index.htm). A caatinga já contou com três edições de um curso de campo organizado pelo Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, auxiliando na formação de mais de 40 alunos de diversas universidades, cujos trabalhos constam em dois livros já publicados com os resultados dos projetos desenvolvidos nos cursos (o terceiro livro está em preparação). Agora, a UFPE, a UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco) e o CEPAN (Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste) se uniram para oferecer a quarta edição do curso de campo de Ecologia e Conservação da Caatinga. Nossa intenção é aumentar o número de vagas e a duração do curso, bem como dar um enfoque de interface entre ecologia e conservação da biodiversidade.

Objetivos

Treinar alunos de Pós-Graduação em ferramentas e conceitos de ecologia para a compreensão de aspectos da ecologia da Caatinga como: status de conservação da diversidade biológica, funcionamento do ecossistema, dinâmica das populações de espécies e principais ameaças e fatores perturbadores desse ambiente.

Pós-graduação

A quarta edição do Curso de Ecologia e Conservação da Caatinga (BV-970) é uma disciplina da grade curricular do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal (PPGBV) do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco com carga horária de 90h sendo 30 teóricas e 60 práticas, somando 6 créditos. O curso está aberto para estudantes de todo o Brasil, mediante inscrição via email.

Localização, data e infraestrutura

O curso será realizado de 02 a 23 de abril de 2011 em diferentes áreas ao longo dos reservatórios dos eixos leste e norte da transposição do Rio São Francisco (ver imagem). Estão programadas três fases (cada uma delas correspondendo a uma semana do curso), a primeira na cidade de Petrolina, a segunda em Salgueiro e a terceira em Custódia. A infraestrutura em todas as fases do curso contará com alojamento, serviços de cozinha, impressão, literatura e transporte local.

Reservatórios dos eixos leste e norte da transposição do Rio São Francisco.
Custos cobertos pelo curso

O curso é gratuito e fornecerá transporte Recife-Petrolina-Recife por via terrestre e transporte local entre Petrolina e as localidades a serem visitadas bem como alojamento e as três refeições diárias.

ATENÇÃO: O transporte até Recife dos alunos participantes de outros estados ou cidades, será responsabilidade dos próprios alunos e não são cobertos pelo curso.

Número de vagas

Serão abertas 15 vagas para alunos e 03 para monitores. As vagas de alunos serão distribuídas da seguinte forma: 10 para o PPGBV e 5 para alunos de outros programas de pós-graduação do Brasil. As vagas de monitores serão abertas apenas para alunos do PPGBV/UFPE e UNIVASF.

Requisitos para a inscrição

Os estudantes (alunos e monitores) deverão estar matriculados em um programa de pós-graduação. A inscrição será feita na Coordenação do PPGVB (alunos residentes em Recife) ou pela internet (e-mail: secretaria_ppgbv@hotmail.com) durante o período de 20/02 a 20/03. No ato da inscrição, os alunos deverão apresentar um projeto (ca. 3-4 páginas), incluindo (1) arrazoado teórico sobre a questão a ser investigada, (2) questão, (3) hipótese, (4) métodos que permitam responder a questão focal e (5) referências bibliográficas. Alunos de fora de Recife selecionados para o curso deverão fazer sua matricula na chegada ao Recife.

Metodologia adotada no curso

- Apresentação do curso;
- Projetos orientados em grupo: desenvolvimento, análise e apresentação de 4 projetos diários (elaborados por um dos professores) por grupos fixos de alunos,
- Projetos livres em grupo: elaboração, execução e apresentação de 1 projeto diário elaborado por cada grupo de alunos;
- Projetos livres individuais: elaboração e execução de um projeto de média duração por cada um dos alunos, com entrega de relatórios científicos.
- Dinâmica de grupo:
- Mostre e fale: saída ao campo onde o aluno encontra algo interessante para mostrar e comentar brevemente ao grupo;
- Olhe e questione: ida ao campo (isoladamente) para formulação de questões levantadas através da observação do ambiente e organismos ao seu redor.
- Palestras noturnas diárias apresentadas por cada professor.
Informações: irleal@ufpe.br ou felipe@cepan.org.br ou PC

Cronograma
Data
Atividades

02/04/2011 (sab)
Viagem para Petrolina
03/04/2011 (dom)
Orientação
04/04/2011 (seg)
Orientação
05/04/2011 (ter)
Projeto orientado em grupo 1
06/04/2011 (qua)
Projeto orientado em grupo 2
07/04/2011 (qui)
Projeto orientado em grupo 3
08/04/2011 (sex)
Redação de relatórios
09/04/2011 (sab)
Viagem para Salgueiro
10/04/2011 (dom)
Orientação
11/04/2011 (seg)
Orientação
12/04/2011 (ter)
Projeto orientado em grupo 4
13/04/2011 (qua)
Projeto orientado em grupo 5
14/04/2011 (qui)
Redação de relatórios
15/04/2011 (sex)
Viagem para Custódia
16/04/2011 (sab)
Orientação
17/04/2011 (dom)
Orientação/Apresentação da idéia do projeto
18/04/2011 (seg)
Projeto livre individual
19/04/2011 (ter)
Projeto livre individual
20/04/2011 (qua)
Projeto livre individual
21/04/2011 (qui)
Projeto livre individual
22/04/2011 (sex)
Apresentação dos projetos livres individuais
23/04/2011 (Sab)
Volta para Recife ".

Aventura Selvagem em Cabaceiras - Paraíba

Rodrigo Castro, fundador da Associação Caatinga, da Asa Branca e da Aliança da Caatinga

Bioma Caatinga

Vale do Catimbau - Pernambuco

Tom da Caatinga

A Caatinga Nordestina

Rio São Francisco - Momento Brasil

O mundo da Caatinga