No dia 12 de fevereiro último, a EMA apresentou junto ao Fundo Estadual de Meio Ambiente – FEMA da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – SECTMA do Estado de Pernambuco, um Projeto denominado PAJEÚ. MATA CILIAR. DEVASTAÇÃO. ASSOREAMENTO, com os seguintes objetivos:
“1. Criar uma Infra-estrutura Básica para execução do projeto.
2. Realizar um Censo Demográfico da população ribeirinha.
3. Diagnosticar a Flora componente da mata ciliar do rio Pajeú.
4. Diagnosticar a Fauna existente na mata ciliar do rio Pajeú.
5. Diagnosticar a qualidade da água e o assoreamento do leito do rio.
6. Avaliar resultados, formular propostas e sugestões e encaminhá-las aos Pderes Públicos.”
O Projeto foi idealizado dentro da seguinte contextualização:
“O Município de Floresta está localizado no Sertão de Pernambuco, região de caatinga, sendo cortado pelo Rio Pajeú, afluente do Rio São Francisco. Tem uma população estimada de 30.000 de habitantes.
Suas principais atividades econômicas envolvem a agricultura - plantio de cebola, tomate, melancia, melão e outras culturas-, e a pecuária extensiva e semi-extensiva, com destaque para a criação de caprinos e ovinos.
Ao longo dos anos, com a exploração do solo sem os necessários critérios técnicos, nas margens do Rio Pajeú onde se concentram as atividades agropastoris, observa-se uma crescente devastação da mata ciliar e um consequênte assoreamento do leito do Rio.
Causa estranheza o fato de a cidade de Floresta, sede municipal, continuar sendo inundada pelo Rio Pajeú mesmo após a construção de três barragens a montante: Brotas, no município de Afogados da Ingazeira, e Jazigo e Serrinha, no de Serra Talhada. As inundações (a última ocorreu no início do ano de 2.004) causam prejuízos incalculáveis às populações urbana e rural tanto de ordem econômica quanto de ordem social.
Com o assoreamento do leito do Pajeú desapareceu a maior parte dos poços antes deixados pelas enchentes, poços estes que representavam uma fonte alternativa de renda para a população ribeirinha através da pesca.
É de bom alvitre desenvolver um processo de educação ambiental da população, especialmente dos proprietários ribeirinhos, com vistas a alertar sobre a atual degradação ambiental, orientá-la sobre a utilização regular do solo, respeitando o meio ambiente, e leva-la a uma reflexão quanto aos efeitos danosos da devastação da mata protetora das margens do Rio.
O presente Projeto propõe-se também a produzir subsídios para adoção de políticas públicas com o objetivo de evitar o agravamento da situação atual, e, bem assim, com vistas à recuperação dos danos já causados ao meio ambiente.”
Na elaboração do Projeto, a EMA contou com o envolvimento das seguintes Instituições Públicas: UAST/UFRPE extensão da Universidade Federal de Pernambuco em Serra Talhada; o INSTITUTO AGRONÔMICO DE PERNAMBUCO – IPA,; e IF - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Campus de Floresta-PE.
A Unidade Acadêmica de Serra Talhada - UFRPE faz três anos que está no Sertão do Pajeú, sendo fundamental na participação de vários projetos. A UAST atualmente conta com mais de cem professores pesquisadores, sendo na sua maioria doutores que vem desenvolvendo varias atividades de pesquisa e extensão com entidades governamentais e não-governamentais. Com a presença da UAST no sertão do estado ficou mais fácil desenvolver projetos sem ocorrer deslocamento de professores e pesquisadores da UFRPE, localizada em Dois Irmãos, em Recife-PE.
A participação do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA justifica-se pela conveniência de participação da pesquisadora e curadora do Herbário do IPA, a Dra Rita de Cássia. O Herbário apresenta mais de 83 mil exemplares da flora do bioma Caatinga, sendo este referencia no Estado de Pernambuco. Vale ainda salientar que durante a execução do Projeto poderá vir a serem encontrados novos espécimes da caatinga sertaneja do Pajeú, que viria a enriquecer o Herbário do IPA.
Caso venha a ser aprovado, a execução do Projeto, através dos resultados obtidos, proporcionará à população rural e urbana do Município de Floresta-PE uma consciência ecoambiental voltada para um processo de sustentabilidade no ambiente em que esta inserida.
Contará com a participação de escolas e universidades através de atividades desenvolvidas por estudantes do ensino médio e superior e de lideranças locais.
Os resultados e propostas obtidos com a realização do Projeto serão divulgados pela mídia local e regional, em reuniões, palestras, oficinas e seminários, e pela remessa dos relatórios e propostas às instituições de Ensino públicas e privadas, Prefeituras Municipais circunvizinhas, Secretarias e Ministérios afins, divulgação em congresso e publicação de artigos científicos.
Após a execução do Projeto, será desenvolvido um trabalho contínuo de conscientização ambiental junto á comunidade, Instituições de Ensino, Prefeituras e Câmaras Municipais da Região.
Isto é EMA EM AÇÃO.
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