A SITUAÇÃO “HIDRO-ILÓGICA” DA
TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO – 21/05/2021
Eixo Norte da Transposição - Imagem do Google
Estamos
iniciando uma atividade semanal de informações, aos interessados, das reais
situações operacionais dos eixos Norte e Leste da Transposição do Rio São
Francisco, bem como da capacidade acumulada dos principais reservatórios do
país, responsáveis pela geração de nossa energia. O
percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste
(os mais importantes do País em termos de geração elétrica) diminuiu na semana
em curso (21/05), estando em 32,91% - 19/05/2021. A leitura da semana anterior era de 33,47% - 12/05/2021 (dados ONS), havendo, portanto, uma queda de 0,56%.
Considerando esse baixo percentual volumétrico acumulado nos reservatórios, a
ANEEL determinou a cobrança das tarifas de energia elétrica dos brasileiros, na
modalidade “bandeira
vermelha”, dando continuidade a
essa taxa adicional no mês em curso.
Para efeito da
análise dos volumes bombeados em ambos os canais do projeto, foram utilizadas
as informações do Plano de Gestão
Anual da Transposição do Rio São Francisco, da Agência Nacional de Águas (ANA), em cujo Anexo II
são estabelecidos os quantitativos volumétricos mensais (condições e padrões
operacionais) para o uso das águas do caudal.
Após vultosos investimentos realizados no projeto da
Transposição, cuja cifra já ultrapassa os R$12 bilhões, atualmente as águas do
Velho Chico não estão chegando ao seu destino final.
O Eixo Norte do projeto, por exemplo, que visa o abastecimento
do agronegócio dos Estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, além de
atender as demandas hídricas das populações da Grade Fortaleza (CE), foi inaugurado, em 26/06/2020, no trecho compreendido entre a Barragem de Milagres,
no município de Verdejante (PE) e a barragem de Jatí, CE, cujos volumes começaram a fluir em direção ao projeto
cearense (Cinturão das
Águas) e, também, ao Estado do Rio Grande
do Norte. O Professor Doutor em Hidrologia, João Abner Guimarães Jr, voltou a
fazer críticas à inviabilidade técnico-econômica dessa obra, notadamente no trecho
compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o destino final das águas, no Rio
Grande do Norte. Segundo Abner, a solução para o abastecimento hídrico da região passa,
necessariamente, pela adoção de medidas que
busquem e controlem os recursos
hídricos já existentes na região, através da definição de políticas públicas
que sejam capazes, não só de serem comprometidas com a boa aplicação da água em
si, mas, também, com a adoção de soluções que sejam efetivas e duradoras.
Notícias da internet do dia 27/10/2020 deram conta de que a condução das águas nesse eixo,
para o CE e RN, estão ocorrendo normalmente. Em março de 2021 as águas do São
Francisco alcançaram o açude do Castanhão,
no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão, proveniente do São
Francisco, de cerca de 12 m³/s. O Eixo Norte está com 97,50% de suas obras
concluídas.
O Eixo Leste do projeto atende prioritariamente as demandas
hídricas (abastecimento) das regiões agrestes dos estados de Pernambuco e da
Paraíba (municípios da bacia do Rio Ipojuca, PE, o município de Campina Grande
e regiões de seu entorno), havendo previsão, também, para o uso das águas no agronegócio
paraibano (projeto Acauã-Araçagi).
Foi inaugurado recentemente o Ramal do Agreste que irá abastecer municípios pernambucanos
localizados na bacia do Rio Ipojuca, que passam por problemas de escassez
hídrica.
A represa de Boqueirão de Cabaceiras, com 411,6 milhões de m³ de
capacidade, é o principal reservatório que abastece Campina Grande e 18
municípios de seu entorno. As águas da Transposição do Rio São Francisco
começaram a ser bombeadas para abastecer essa represa, via Eixo Leste do
projeto, em 2017 e, atualmente, elas não estão
chegando ao seu destino final.
Na Terça do Crea realizada no dia 17/11/2020, tratando de como
garantir os múltiplos usos da água diante da escassez e crescente demanda,
o ex-Secretário de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco, Almir Cirilo, fez
comentários acerca das razões pelas quais os fluxos das águas da Transposição
foram interrompidos para Campina Grande. Na ótica de Cirilo, a razão disso
deveu-se à fluência das águas a céu aberto, na bacia do Rio Paraíba, entre os
municípios de Monteiro e Campina Grande, levando ao desperdício volumétrico de
grande monta, consequência direta das infiltrações, evaporação e outros aportes
nas irrigações existentes naquele trecho, além do lançamento de elementos
contaminantes (esgotos), o que tem levado a um desperdício de cerca de ¾ dos
volumes bombeados do projeto, aos campinenses. Ainda segundo o ex-Secretário,
para a solução desse problema é importante que se comece a pensar em ações
suplementares futuras, com o uso de tubulações adutoras, a exemplo do que vem
sendo praticado na Adutora do
Agreste em Pernambuco, para o
abastecimento de vários municípios da bacia do Rio Ipojuca, os quais vêm
passando por sérios problemas de escassez hídrica.
Além do mais, a falta de critérios nos usos das águas dos
principais aquíferos do Velho Chico, a exemplo do Urucuia, têm interferido diretamente
nas vazões de base dessas fontes hídricas, em direção a calha do rio,
resultando em significativas variações
volumétricas no caudal. Trabalho realizado pelas Universidades Federais do Rio de
Janeiro, Viçosa e Oeste da Baía, deu conta de que a irrigação com pivôs centrais,
praticada no Oeste da Bahia, sobre esse aquífero, já rebaixou o seu lençol
freático em cerca de 6,63 m. Um problema de grandes proporções criado, tendo em
vista a ausência quase que total de gestão hídrica, em praticamente toda região
semiárida do país, cujas consequências são previsíveis, principalmente se
levado em consideração o lamentável estado de incapacidade hídrica existente no
São Francisco, o que tem dificultado o atendimento das demandas oriundas dos
variados e conflituosos usos existentes em toda sua bacia hidrográfica. Recente trabalho na região central dos Estados Unidos, alerta para
os riscos existentes nos usos, sem o devido controle das águas de subsolo
daquela região, e sugere medidas de solução para os problemas. Fica dado,
portanto, o alerta sobre os descontroles existentes nos volumes bombeados do
aquífero Urucuia, no Oeste baiano, os quais, continuando sem os devidos
cuidados, poderão ter o mesmo destino daqueles relatados pelos americanos nesse
trabalho.
Existindo essa problemática, é de se supor das dificuldades que
existirão pela frente, para se mudar o cenário de pobreza da região,
principalmente se levado em consideração o cumprimento das metas do projeto da
Transposição, de abastecer 12 milhões de pessoas na região setentrional
nordestina e a de irrigar uma área estimada em cerca de 150 mil ha.
Finalmente, fica claro que o projeto da Transposição do Rio São
Francisco passa por dificuldades de gestão hídrica, que poderão comprometer os usos futuros das águas em toda
região Setentrional nordestina. Para o agravamento dessa situação, a Operadora
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), reivindicou à ANA, a flexibilização dos volumes defluídos da UHE de Xingó, para maior
conforto na geração de energia no complexo de hidrelétricas da Chesf. Nesse
sentido, medidas urgentes na melhoria desses aspectos de gestão hídrica
devem ser tomadas, para que seja garantida a necessária segurança do acesso à
água em todo o Semiárido brasileiro.
Algumas características técnicas do Projeto da Transposição:
Características das represas reguladoras de vazão do Rio São
Francisco
- A construção das represas de
Três Marias e Sobradinho, na calha do São Francisco, possibilitou às
autoridades do setor hídrico do país, o total controle volumétrico de vazões do
rio, ao longo de toda a sua bacia hidrográfica.
- Com a regularização das
vazões do Velho Chico, a Chesf passou décadas gerando a energia do Nordeste
brasileiro, com uma vazão média
regularizada de cerca de 2.060 m³/s.
- Informações volumétricas,
na calha do São Francisco, obtidas nos postos de observações da Chesf e da
Cemig, localizados entre a nascente e a foz do rio – Fonte: Chesf
Dia 21/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 404 m³/s;
São Romão 583 m³/s; São Francisco – 716 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 767 m³/s;
Morpará – 877 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.500
m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.189 m³/s. (dados da Chesf)
- Situação crítica do projeto da Transposição: A represa de Sobradinho acumulou no ano de 2017, apenas
1,98% de sua capacidade útil, e defluiu, para a regularização das vazões do
Submédio e Baixo São Francisco, apenas 554 m³/s. Esse foi o volume existente à
época, no São Francisco, para a satisfação das demandas hídricas da região do
Submédio, a principal área de captação de água do rio e consequentes
atendimentos aos seus múltiplos e conflituosos usos.
Capacidade total de Três Marias: 20 bilhões de m³ - Fonte: ANA
Afluência: 116 m³/s
Defluência: 404 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 65,57% (em depreciação volumétrica)
Capacidade total de Sobradinho: 34 bilhões de m³ - Fonte: ANA
Afluência: 740 m³/s
Defluência: 1.329 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 65,36% (em depreciação volumétrica)
Características técnicas dos eixos do Projeto
- Irá passar pelos dois eixos do projeto, uma vazão de até 127
m³/s, sendo 99 m³/s no Norte e 28 m³/s no Leste.
Plano de Gestão Anual (PGA) dos Eixos Norte e Leste da
Transposição
ANEXO II do PGA
Vazões mínimas
médias mensais bombeadas (m³/s)
Eixo Leste |
Jan/21 |
Fev/21 |
Mar/21 |
Abr/21 |
Mai/21 |
Jun/21 |
|
EBV-1 |
8,400 |
8,400 |
8,400 |
8,400 |
3,700 |
3,700 |
|
EBV-2 |
8,279 |
8,279 |
8,279 |
8,279 |
3,605 |
3,605 |
|
EBV-3 |
8,108 |
8,108 |
8,108 |
8,108 |
3,474 |
3,474 |
|
EBV-4 |
7,904 |
7,904 |
7,904 |
7,904 |
3,322 |
3,322 |
|
EBV-5 |
7,340 |
7,340 |
7,340 |
7,340 |
2,801 |
2,801 |
|
EBV-6 |
7,250 |
7,250 |
7,250 |
7,250 |
2,736 |
2,736 |
|
Eixo Leste |
jul/21 |
Ago/21 |
set/21 |
out/21 |
nov/21 |
dez/21 |
Média |
EBV-1 |
2,250 |
2,250 |
2,250 |
2,250 |
2,250 |
2,280 |
4,544 |
EBV-2 |
2,163 |
2,163 |
2,163 |
2.163 |
2,163 |
2,189 |
4,444 |
EBV-3 |
2,043 |
2,043 |
2,043 |
2,043 |
2,043 |
2,068 |
4,305 |
EBV-4 |
1,906 |
1,906 |
1,906 |
1,906 |
1,906 |
1,931 |
4,143 |
EBV-5 |
1,281 |
1,281 |
1,281 |
1,281 |
1,281 |
1,283 |
3,554 |
EBV-6 |
1,226 |
1,226 |
1,226 |
1,226 |
1,226 |
1,227 |
3,486 |
Vazões mínimas
médias mensais bombeadas (m³/s)
Eixo Norte |
Jan/21 |
Fev/21 |
Mar/21 |
Abr/21 |
Mai/21 |
Jun/21 |
|
EBI-1 |
14,150 |
14,150 |
14,150 |
2,350 |
2,350 |
2,350 |
|
EBI-2 |
13,614 |
13,614 |
13,614 |
2,082 |
2,082 |
2,082 |
|
EBI-3 |
13,099 |
13,099 |
13,099 |
1,797 |
1,797 |
1,797 |
|
Eixo Norte |
Jul/21 |
Ago/21 |
Set/21 |
Out/21 |
Nov/21 |
Dez/21 |
Média |
EBI-1 |
2,370 |
2,370 |
2,370 |
2,370 |
2,370 |
2,430 |
5,315 |
EBI-2 |
2,101 |
2,101 |
2,101 |
2,101 |
2,101 |
2,159 |
4,979 |
EBI-3 |
1,796 |
1,796 |
1,796 |
1,796 |
1,796 |
1,806 |
4,623 |
Eixo Norte - Fonte: Chesf
- Esse Eixo foi inaugurado pelo Presidente da República, em 26/06/2020.
- Extensão de 402 km
- Serão atendidos os estados de PE, CE, PB e RN
- Existência de 12 reservatórios de diversos tamanhos, com
potencial de armazenamento de cerca de 56 milhões de m³.
- Perspectiva de atendimento a 232 municípios nos estados, e uma
população estimada em cerca de 7,5 milhões de pessoas.
- Vazão do Rio São Francisco na tomada d´água em Cabrobó
(Estação de Ibó): 1.439 m³/s
- Vazão de bombeamento da EBI-1 (PGA) do mês de maio/21: 2,350 m³/s
- Vazão da última estação de bombeamento EBI-3 (PGA) do mês de
maio/21: 1,797 m³/s
Notícias de 23/12/2020, vinculadas ao Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR) asseguraram a efetivação da
licitação do Ramal Apodi, no Rio
Grande do Norte, iniciativa essa que recebeu críticas no segmento técnico da obra, oriundas da Academia.
- O Professor Doutor em Hidrologia,
João Abner Guimarães Jr, voltou a fazer críticas sobre a inviabilidade técnico-econômica da obra, notadamente no trecho
compreendido entre a barragem de Jatí-CE e o destino final das águas, no Rio
Grande do Norte. Segundo Abner, a solução para o abastecimento hídrico da região passa,
necessariamente, pela adoção de medidas que
busquem e controlem os recursos
hídricos já existentes na região, através da definição de políticas públicas
que sejam capazes, não só de serem comprometidas com a boa aplicação da água em
si, mas, também, com a adoção de soluções que sejam efetivas e duradoras.
O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna, volta a fazer críticas ao sistema elétrico interligado do
país, quando levado em consideração o binômio demanda elétrica x
hidrologia, sugerindo, para o caso, a falta de sensibilidade dos
responsáveis pelo nosso setor elétrico, no trato com as questões climáticas,
sobretudo em relação às estiagens prolongadas, que anteriormente se restringiam
ao Nordeste do país e que, agora, se manifestam em todo o território nacional.
- Em março de 2021 as águas do São Francisco alcançaram o açude
do Castanhão,
no Ceará, onde se estima, naquela represa, uma vazão, proveniente do São
Francisco, de cerca de 12 m³/s.
- O Eixo Norte está com 97,50% de suas obras concluídas e vem
conduzindo seus volumes normalmente.
Eixo Leste - Fonte: Chesf
- Inaugurado em julho de 2017
- Extensão de 220 km
- Serão atendidos os estados de PE e PB
- Existência de 16 reservatórios de diversos tamanhos, com
potencial de armazenamento de cerca de 910 milhões de m³.
- Perspectiva de atendimento a 169 municípios nos estados, e uma
população estimada em cerca de 4,5 milhões de pessoas.
Reservatório da hidrelétrica de Itaparica
Capacidade total do reservatório: 11 bilhões de m³
Afluência: 1.080 m³/s
Defluência: 1.083 m³/s
Percentual volumétrico atual da represa: 48,60%
Vazão de bombeamento da EBV-1 (PGA) do mês de maio/21: 3,700
m³/s
Vazão da última estação de bombeamento EBV-6 (PGA) do mês de
maio/21: 2,736 m³/s
Em 2018, a adutora de
Moxotó (PE) começou a operar
abastecendo os municípios pernambucanos de Sertânia, Arcoverde, Pesqueira, Brejo da Madre
de Deus, Belo Jardim, Alagoinha, Tacaimbó, São
Bento do Una, Sanharó e Custódia, cuja captação é na mesma fonte que abastece Campina
Grande, ou seja, o Eixo Leste da Transposição.
A adutora do
Agreste - Inaugurada a
primeira fase do projeto, que irá aduzir
volumes do Rio São Francisco, via eixo Leste do projeto da Transposição, para o
abastecimento de municípios pernambucanos localizados na bacia do Rio Ipojuca
- 8 m³/s
Os açudes de Poções e Camalaú defluem seus volumes para a represa
de Boqueirão de Cabaceiras
Capacidade do açude de Poções (30 milhões de m³, Monteiro): 87,31%. Destino
dos volumes da transposição para o açude de Camalaú - Fonte: Aesa
Capacidade do açude de Camalaú (48 milhões de m³, Camalaú): 66,17%. Destino
dos volumes da transposição para o açude de Boqueirão de Cabaceiras - Fonte: Aesa
O destino final da água desse eixo é o açude de Boqueirão de
Cabaceiras, para o abastecimento de Campina Grande e 18 municípios de seu
entorno.
Boqueirão de Cabaceiras - Fonte: Aesa
Capacidade do reservatório: 411,6 milhões de m³
Volume morto do reservatório: 8,20% de sua
capacidade
Percentual volumétrico útil atual: 36,68% (em declínio volumétrico)
Vazão afluente do projeto da
Transposição do São Francisco em Boqueirão: 0 m³/s
Vazão de regularização de Boqueirão de Cabaceiras – 1,25 m³/s
Defluência de Boqueirão
para Acauã: 2,2 m³/s
Reservatório de Acauã - Fonte: Aesa
Capacidade do reservatório: 253 milhões de m³
Volume morto do reservatório: 8,00% de sua
capacidade
Percentual volumétrico útil atual: 5,27% (em elevação volumétrica)
Vazão afluente em Acauã: 2,2 m³/s
Vazão defluente para o projeto Acauã-Araçagi: 0 m³/s
COMENTÁRIOS
José Do
Patrocínio Tomaz Albuquerque –
Hidrogeólogo e Consultor
Infelizmente,
pelo que ainda estão fazendo com as águas subterrâneas, responsáveis por estas
vazões na estação de Estio, o nível mínimo do Rio São Francisco vai voltar a se
repetir, sim. Afirmo isto com base na evolução da situação volumétrica dos
reservatórios da CHESF, publicados semanalmente por nosso amigo João Suassuna
no site da Carta de Morrinhos. A contribuição da vazão de base vem diminuindo, semana
após semana. A afluência a Sobradinho tem sido maior pela contribuição da
defluência de Três Marias. No dia 10/09/2020 foi de 780 m3/s com a contribuição
de Três Marias ascendendo a 670 m3/s, o que significa que a vazão de base
suprida pelos aquíferos existentes na bacia do São Francisco, a montante de
Sobradinho, estão contribuindo com, apenas, 102 m3/s. Isto nunca se verificou
antes. É só olhar a série hidrológica de longo período, mesma a da grande seca
recente. E olhe que viemos de um período chuvoso abundante neste ano de 2020.
Entre Três Maria e Sobradinho há uso demais de águas subterrâneas. Responsável?
Só a irrigação justifica isso! (setembro de 2020)
Postado há 21 hours ago por João Suassuna
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